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11° Dia - ALTE PINAKOTHEK E COMPLEXO BMW - Munique - parte 1

Atualizado: 24 de mar. de 2022

Munique, 04 de agosto de 2019 - Domingo

Munique tem tanto para ver e fazer, que dois dias não são suficientes para conhecer todas atrações de primeira qualidade que a cidade oferece. Fizemos uma lista das atrações e cada um marcou o que considerava top. Minhas escolhas foram completamente diferentes das do Gilson. Naquele segundo dia, concordamos em conhecer pela manhã a Antiga Pinacoteca, que estava na minha lista de prioridades, e à tarde ir ao complexo BMW, que era desejo de Gilson.


A distância entre eles não nos animava a ir a pé e Gilson estava doido para andar de moto novamente. Como era domingo e o trânsito estava calmo, optamos por ir de moto. Chegamos numa boa até Maxvorstadt, o bairro universitário que abriga galerias e importantes Museus de Arte. Deixamos a moto em frente à bela fachada do Museu Brandhorst e caminhamos até o massivo Palácio neoclássico que abriga o fantástico acervo de obras de arte.


Ingresso, em frente à Pinacoteca Antiga (Alte Pinakothek) e detalhe da fachada do Brandhorst Museum,


Alte Pynakothek - Pinacoteca Antiga

Munique é o lar de uma das mais importantes coleções de arte da Europa, a Pinacoteca. Sua coleção está abrigada em três museus localizados em torno da praça Königsplatz:


  • Alte Pinakothek: com obras do séc. XIV ao séc. XVIII (do Renascimento ao Rococó)

  • Neue Pinakothek: com obras do séc. XIX (os modernistas) - está passando por renovação e parte de sua coleção está exposta na Alte Pinakothek.

  • Pinakothek der Modernen: coleção de arte, arquitetura e design do séc. XX e contemporânea e alguns impressionistas franceses.


Com as mochilas no guarda-volume e o ingresso nas mãos, subimos a escadaria. Mas um vigia levou Gilson para um cantinho no corredor e informou, com muita educação e discrição, que não era permitido levar uma garrafa de água mineral, como aquela que ele carregava. Gilson a entregou e funcionário a levou embora.


Foi a maior pechincha de toda a viagem! Ao preço de 1 euro, o valor do ingresso da Alte Pinakothek reduzido aos domingos, tivemos acesso a obras primas das artes plásticas europeias. A exposição temporária "De Dürer a Van Gogh - Antigos e Novos Mestres Unidos na Antiga Pinacoteca" reunia 90 pinturas da Pinacoteca Antiga e da Moderna e proporcionou o encontro com renascentistas, impressionistas e expressionistas que na infância já me tocavam. O romantismo estava representado com uma bela coleção de paisagens regionais de lugares que pretendíamos visitar nos próximos dias. Modernistas como Van Gogh, Gauguin, Manet, Monet, Rodin, Klimt, e outros, que romperam com a forma tradicional de pintar e considerados arte degenerada pelos nazistas, estavam magnificamente representados.





A coleção permanente engloba obras do meu amado Dürer, expressivos Bottichellis, inquietantes Da Vinci, suaves Rafaéis, tempestuosos Tintorettos, dramáticos Rubens e Rembrands e empáticos Murillos, citando apenas aqueles que me comoveram mais. A coleção está agrupada em diferentes fases artísticas e regionalidades, porque os curiosos e investigativos italianos renascentistas são muito diferentes da dramaticidade sombria do Barroco holandês que, por sua vez, contrasta com o iluminado e rebuscado rococó francês, permitindo que especialistas foquem num estilo ou artista sem precisar sair da sala.


Em "Lamentação" de Sandro Bottichelli as emoções humanas já expressam espiritualidade no início do Renascimento.


"Madonna com o cravo" foi pintada quando Leonardo da Vinci tinha apenas 21 anos, precedendo os traços que levariam à criação da enigmática Mona Lisa.



"Madonna Tempi" mostra claramente Rafael como mestre da graça e sensualidade.



Os Quatro Apóstolos (Albrecht Dürer) - Autorretrato (Albrecht Dürer) - A Queda dos Anjos (Peter P. Rubens)


Algumas pinturas dão um vislumbre dos tumultuados acontecimentos que despertaram a Alemanha da idade das trevas. Albrecht Dürer, que levou o pensamento humanístico do Renascimento ao norte Europeu, anuncia com otimismo a Nova Era em seu autorretrato de 1500 que pode facilmente ser confundido com um retrato de Cristo, o que a meu ver, busca mostrar a condição humana da divindade. Quando o humanismo confrontou a autoridade da igreja surgiram tensões que levaram à reforma protestante e Dürer retratou "Os Quatro Apóstolos" como pessoas comuns, com olhar desconfiado, segurando fervorosamente a bíblia numa mão e espada pronta para defender suas crenças na outra. A resposta da igreja católica veio com a contra-reforma reconhecível na enorme e dramática tela de Rubens, "A Queda dos Anjos", um aviso aos que se opunham à autoridade da igreja de que estariam irremediavelmente perdidos. 30 anos de guerra se perderam até que católicos e protestantes conseguissem coexistir em paz...


Gilson, que começou deslocado, se animou enquanto conversávamos sobre as pinturas e avançávamos pelas dezenas corredores e salões pink e verde iluminados por claraboias. Não usamos audioguias, disponíveis em alemão, inglês, francês, italiano e espanhol, nem o tour guiado, mas acho que teria valido a pena. A guia que conduzia o tour demonstrava competência e não obstruía a visualização das obras. Passamos 2h40min. nesta visita e poderíamos ter ficado mais. Há um pequeno e elegante café no primeiro piso, onde é possível descansar e comer, mas quando chegamos havia fila e as mesas estavam todas ocupadas.





Diante de "Os Comedores de Torta" de Murillo, me flagrei com olhar de desejo idêntico ao do cãozinho retratado na tela e percebi que estava com muita fome. Saímos pra rua procurando uma cerveja para acompanhar nossos sanduíches que pretendíamos comer num piquenique em alguma praça, como os jovens fazem no verão.


Bares estudantis, cafés descolados e restaurantes badalados estavam lotados e serviam de tudo, mas tivemos dificuldade de comprar uma simples cerveja. A cada tentativa nos perguntavam se era para levar, esperando resposta afirmativa. Estranhíssimo... Acabamos optando por um café italiano, onde comemos uma deliciosa cuca de amêndoas e bebemos cerveja sem álcool. O proprietário explicou que esses locais não tem alvará para consumação de bebidas alcoólicas que, apesar disso, são vendidas para serem consumidas fora dos estabelecimentos.



Enquanto eu traduzia para o Gilson a explicação dada pelo dono do café, que era de fato italiano, começou um rebuliço na calçada. Gente levantando das cadeias e pulando para o lado, exceto um rapaz que estava confinado entre a parede, mesa e o carro que dava a ré sem controle sobre ele. Mais tarde ele nos contou em detalhes o que aconteceu lá fora com aquele carro automático. Era um professor de música da Bahia, recém formado em Munique. Ficamos felizes por termos encontrado um brasileiro tão simpático para conversar na nossa língua. E ele por não ter se machucado, nem cogitou a usual possibilidade de prestar queixa na polícia.


A esta altura já era 14h30min. Voltamos até a moto e com ela nos dirigimos até o complexo da BMW, localizado ao lado do Olympiapark.


A continuação do relato do dia está no post seguinte.

 
deslocamento do dia
O Dia em Números:

Deslocamento: Trajeto de Munique MESSE a Maxvorstadt e Olympiapark

  • Distância percorrida: 2,7km a pé e 31km de moto ≈ Duração = 2h45min

  • Início 10h00min - Fim 17h10min.

  • Atrações: Alte Pinakothek (2h40min.) , BMW Welt (25min.), BMW Museum (1h10min).

Despesas Básicas:

  • Deslocamento € 22,37

  • Hospedagem € 80,35

  • Alimentação € 26,26

  • Ingressos € 22,00

  • SUBTOTAL A - € 150,98


Custos de manutenção:

  • Serviços: € 0,00

  • Peças: € 0,00

  • Ferramentas: € 0,00

  • Material de consumo: € 0,00

  • SUBTOTAL B - € 0,00


 
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