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  • Foto do escritorBárbara

Preparando Uma Nova Aventura

Atualizado: 24 de ago. de 2021

É bom voltar para casa depois de uma viagem. Mas é também libertador poder sair e andar por lugares diferentes.


Já estamos de volta da nossa segunda viagem de moto e estamos ansiosos para contar como encaramos todos os encantamentos e perrengues que se apresentaram pelo caminho.


Não sei explicar exatamente porque abri mão da reforma do telhado para embarcar nesta segunda aventura de moto um ano depois de voltarmos da primeira. É verdade que o bichinho da estrada nos fisgou e nossa moto, uma BMW F650ST ano 99, ainda não tinha sido vendida e nos aguardava na Alemanha. Havia também uma certa urgência de meus tios no desejo de rever minha mãe e depois de longos debates chegamos a conclusão que era mais cômodo que ela fosse para lá. Como ela precisava de companhia durante a viagem nossa ida não foi puramente um desejo egoísta. Mesmo assim, um sentimento de culpa me assolou durante dias por "desperdiçar" com uma viagem de lazer recursos conquistados com tanto trabalho, mas Gilson não me deixou esquecer que a vida não é só trabalhar e que não vamos durar para sempre. Uma vez que concordamos, começamos os preparativos: a agência de viagens cuidou dos vôos e da assistência especial para minha mãe durante as conexões. Nosso orçamento comportava o suficiente para uma estada modesta e com um mínimo de conforto, mas sem podermos descuidar das despesas durante os 23 dias de estrada.


Três variantes do mesmo roteiro, desta vez tentaremos o roteiro médio (na cor amarela)

A viagem começaria nas férias de julho e, por ser alta temporada, havia o risco de enfrentarmos dificuldade para conseguir hospedagem nos limites do nosso orçamento porque viajaríamos novamente sem fazer reservas em função de não termos certeza do nosso desempenho e o da moto.


A imagem mostra três variantes de um mesmo roteiro planejado no ano anterior. Desta vez queríamos seguir a alternativa amarela, descendo a partir de Hamburg para o sul, com o objetivo de chegar ao Norte da Itália e depois voltar, passando em Berlim e por caminhos diferentes desta vez e visitando alguns museus pelo caminho. César, um amigo do Gilson e também motociclista, estava na Itália e queria companhia para uma viagem pela Europa com uma moto que ele pretendia comprar por lá. Combinamos encontro em Innsbruck, na Áustria, e se tudo corresse conforme nossos planos, seguiríamos juntos pelos Alpes italianos e austríacos. César, então, começou na Itália uma maratona para comprar uma moto e descobriu que não era o preço da moto que impactava seu projeto, mas o preço do seguro. Muito alto!


Enquanto organizávamos nossos documentos, encontramos esquecido numa pasta um check-list de procedimentos para requerer casamento civil e nos perguntamos porque não demos prosseguimento depois de tanto tempo? Nossa, já fazia anos que a lista estava ali. Queríamos comemorar o casamento com família e amigos, mas sempre surgiam outras prioridades que canalizaram nosso tempo, dinheiro e atenção. O tempo passou, parte da família já se foi e o grupo de amigos não é mais o mesmo, e aquilo que era uma premissa já tinha perdido a importância. Serenos e objetivamente levamos ao cartório os documentos da lista e duas semanas depois o noivado mais longo da história chegou ao fim. Estávamos casados tendo nossos filhos por testemunhas. A praia do Campeche foi o cenário para as fotos pós-casório, enquanto os nativos se preparavam para lançar a rede da baleeira e cercar tainhas. Comemoramos no nosso restaurante de costume, no sítio do Restaurante Casa Branca, que oferece um buffet saboroso e variado, com opções orgânicas e vegetarianas. A tarde, guardamos a certidão de casamento na referida pasta e voltamos ao cotidiano sem que nada entre nós tivesse mudado, exceto pelo sentimento de ter concluído uma tarefa importante pendente.



Comemorando o casamento civil - Praia do Campeche, Florianópolis/SC

Clique sobre as imagens para ampliá-las.


Enquanto isso na Alemanha, meu primo motociclista levou nossa BMW F650 para a inspeção veicular com objetivo de renovar o TÜV, selo de conformidade mecânica e estrutural com validade de dois anos. Na inspeção agendada, o técnico testou a moto em condição real, em vias públicas. Sessenta euros depois, nossa moto retornou do teste sem o selo de conformidade e com uma lista de 3 pendências a regularizar antes que pudesse ser novamente submetida a inspeção.

Selo TÜV: este representa validade até janeiro de 2019.

A lista indicava: 1. coluna de direção estava muito dura;

2. Pneu dianteiro com borracha ressecada e com fissuras. (Observação no documento alertava que os pneus poderiam ser de modelos diferentes, mas necessariamente precisavam ser do mesmo fabricante);

3. Folga acentuada no sistema de atuação da suspensão traseira. - Hum. -


Sem o TÜV não é possível renovar o licenciamento, isso sentenciava a moto a rodar apenas até outubro, quando terminaria a validade do selo anterior... Meu primo sugeriu que dos três itens da lista apenas a troca do pneu dianteiro era urgente e que não nos preocupássemos com o resto, pois o selo atual estaria válido durante o período das nossas férias e deixava a moto legalmente habilitada a rodar.



Itens avaliados durante uma inspeção padrão

Fonte da imagem: https://www.tuev-sued.de/auto-fahrzeuge/alle-infos-services-nach-fahrzeug/motorrad/hauptuntersuchung


A moto estava guardada há um ano, por isso reservamos os primeiros dias das férias em Hamburg para fazermos a manutenção. Sem saber a real condição em que ela estava, listamos alguns serviços que já sabíamos serem necessários desde o ano anterior:


1. Troca dos rolamentos da coluna de direção,

2. Substituição do fluido de freio dianteiro e traseiro,

3. Troca do pneu dianteiro,

4. Substituição do óleo do motor,

5. Manutenção na torneira do tanque de combustível;

6. Substituição ou correção do pisca dianteiro,

7. Reinstalação da fonte 12/5 V para o celular,

8. Instalação da base do Top Case,

9. Possível troca da bateria.

10. Substituição do estojo da chave de uma das malas laterais.


Eventualmente haveria outros problemas a corrigir por conta do longo período em que ficou parada. Com o objetivo de podermos começar os reparos logo ao desembarcar, Gilson comprou ainda no Brasil os rolamentos adequados para a coluna de direção, e montou um kit de ferramentas de mecânica e elétrica.


Multitest, chave teste, Spaguetti termoretrátil, fita adesiva, fita isolante,Alicate de pressão, jogo chaves boca-estrela

(Jogo vermelho de chaves Phillips e fenda foram adquiridos durante a viagem)

Chave e jogo de cachimbos, O-rings, tire-up.

(Graxa lubrificante de corrente, Jogo de chaves Allen + Manual da BMW foram adquiridos durante a viagem)


Não havendo mais nada a resolver aqui no Brasil, começamos a preparar a bagagem que desta vez incluía um top case para comparar seu desempenho ao do saco estanque que usamos no ano anterior. Somando toda bagagem, incluindo presentes, objetos pessoais, mala de tanque, Top Case, extensores, ferramentas para moto e equipamento de proteção individual, nossas duas malas chegaram bem próximas ao limite de peso que tínhamos direito de transportar nos voos, de 23 kg cada, consideravelmente mais que no ano anterior. Caramba! Nem acreditei quando vi!


O peso extra em relação ao ano anterior estava no Top case, incluindo base e seus parafusos de fixação (4,1 kg), 2 conjuntos de capas de chuva e galochas (2,9 kg) e ferramentas (3,2 kg). No ano anterior usamos um saco estanque, ferramentas e capas de chuva emprestados que eram bem mais leves e compactos que os nossos. Se então a bagagem foi um fardo que nos incomodou, desta vez, com peso maior, talvez fosse pior... Êita.


Bem, vamos ver o que vai acontecer.


 

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